Em julho de 2020, o Governo do Zimbábue foi forçado a concordar com uma 'compensação' de 3.500.000.000 USD (aprox. 20,6 bilhões de reais) endereçada aos colonos brancos devido a terras redistribuídas para camponeses negros após a independência do domínio colonial britânico.
Durante anos, aqueles que trabalharam para forçar o Zimbábue a pagar caro por sua reforma agrária ganharam força—não apenas os antigos 4.000 colonos brancos, mas também a União Europeia, o Reino Unido, a Austrália, o Canadá e, acima de tudo, os Estados Unidos.
Décadas de sanções econômicas impostas por esses países—todos com suas próprias histórias de colonialismo—colocaram o Zimbábue “à beira da fome planejada por outros seres humanos”; o que colocou o país entre as quatro nações com maior insegurança alimentar do planeta.
Desde 2001, por exemplo, os EUA têm imposto sanções a fim de prejudicar a economia do Zimbábue, enquanto bloqueiam o acesso do país a empréstimos e assistência internacionais por mais de duas décadas. Em vez de respeitar a soberania do Zimbábue, os EUA insistem em suas próprias condições: ou o Zimbábue reverte sua histórica reforma agrária, ou os Estados Unidos continuarão a impor uma punição coletiva ao povo zimbabuano.
Forçado ao isolamento, o governo do Zimbábue agora está cumprindo as exigências dos EUA na esperança de que isso rompa o bloqueio.
Nessas novas condições, em vez de apoiar os mais de um milhão de pequenos agricultores em dificuldades em uma nação já à beira da fome, o que acontece é justamente o contrário: 3,5 bilhões de dólares (aproximadamente 20,6 bilhões de reais) serão cobrados como reparações reversas para pagar 4.000 agricultores brancos, beneficiários de um regime supremacista branco por quase um século.
Entretanto, os movimentos populares do Zimbábue se recusam a dobrar os joelhos aos poderes imperiais e suas demandas de reparações reversas visando a remoção das sanções. A terra e a libertação da população do Zimbábue foram conquistadas com luta, não por uma extorsão imperialista. A Internacional Progressista apoia nossas organizações-membro, o Zimbabwe Smallholder Organic Farmers Forum (ZIMSOFF) e o Zimbabwe Land Rights Movement (ZPLRM) em sua mobilização contra essa ação.
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Você pode ler mais sobre as reparações reversas em um artigo publicado pela Al Jazeera English por Elizabeth Mpofu da ZIMSOFF, o acadêmico Raj Patel e a co-coordenadora geral da Internacional Progressista Varsha Gandikota-Nellutla.
Em um poderoso ato de solidariedade, o Sindicato dos Estivadores da Suécia tomou uma decisão histórica de impor um bloqueio ao manuseio de equipamentos militares destinados ou originários de Israel. Esta ação corajosa—apoiada por 68% dos membros do sindicato por meio de um voto direto—fornece importantes lições de organização para trabalhadores e trabalhadoras interessadas na construção de uma rede de apoio à Palestina em nossos sindicatos.
Em 16 de abril, ouça como eles fizeram isso em um webinar público organizado pela Workers in Palestine.
Registre-se para o webinar aqui.
Guiada pelo trabalho intelectual da construção socialista, a Internacional Progressista está construindo uma plataforma, a Academia do Povo, para enriquecer debates, teorias e estratégias que sustentam nossa luta por um mundo melhor.
Inscreva-se hoje para receber acesso a palestras bimestrais, transmitidas ao vivo, de acadêmicos e acadêmicas de renome ao redor do mundo; uma lista de leitura abrangente que servirá como um guia vitalício para o seu aprendizado; e um grupo de discussão online onde você pode trocar ideias e notas de aula com outrxs participantes do curso.
Booker Omole, secretário Geral do Partido Comunista Marxista (Quênia), membro da IP, sobreviveu a mais uma tentativa de assassinato nesta semana. Na quarta-feira, um carro frequentemente usado por Omole foi cravejado de balas em Nakuru enquanto transportava membros do partido.
A Internacional Progressista condena a segunda tentativa de assassinato esse ano contra Omole. Intimidação alguma vai impedir a ação do Partido na luta pelo socialismo.
A Revolução Cidadã do Equador e o Movimento Pachakutik anunciaram um pacto histórico esta semana antes do segundo turno das eleições presidenciais deste mês.
O pacto, assinado em Chimborazo pela candidata presidencial da Revolução Cidadã, Luisa González, e pelo coordenador nacional do Movimento Pachakutik, Guillermo Churuchumbi, faz um chamemento "a unidade de todas as forças progressistas e de esquerda para rejeitar o projeto neoliberal liderado por Daniel Noboa" e descreve 25 áreas de comum acordo.
Você pode ler o documento histórico aqui.
Chikonzero "Chiko" Chazunguza (Zimbábue, 1967) é um artista multidisciplinar, ativista e ex-diretor de Belas Artes da Harare Polytechnic, uma universidade pública de pesquisa em Harare, Zimbábue. Seus trabalhos investigam encontros coloniais históricos e representam os povos indígenas como sendo tão perseverantes quanto a terra em que existem.
Seuswa / Akin to Grass (2016) baseia-se em imagens de arquivo do povo Herero, pastores tradicionais que residem na Namíbia, Botsuana e Angola. A fotografia original retratava o povo Hereros vivendo sob opressão através das lentes dos colonizadores. Em sua obra de arte, Chazunguza reimaginou os Herero como uma população crescente que é tão resiliente quanto a grama. Ao remover suas costelas expostas devido à fome e multiplicá-los, ele os descreve como seres atemporais, explicando o nome 'Seuswa', que significa 'igual a grama', porque "eles sempre estarão lá".