Trabalhadores e trabalhadoras da Amazon e seu sindicato, os Teamsters, lançaram a maior greve contra a Amazon na história dos EUA esta semana. Funcionários e funcionárias da Amazon na Alemanha e membros do sindicato ver.di também anunciaram que também cruzarão os braços junto com seus colegas dos EUA. A ação nacional nos Estados Unidos segue a recusa repetida da grande empresa de tecnologia em seguir a lei e negociar com os milhares de trabalhadores que se organizaram com os Teamsters.
Em Nova York, o Departamento de Polícia rompeu a linha do piquete dos Teamsters da Amazon, protegendo a operação da empresa e prendendo um motorista que se recusou a cruzar a linha de piquete. A polícia também prendeu Anthony Rosario, organizador do Teamsters Local 804. Ao ser solto, Rosario voltou direto para o piquete e foi filmado perguntando: "O que estamos fazendo de errado? Estamos exercendo nosso direito constitucional."
Trabalhadores e trabalhadoras estão em greve em Nova York, Geórgia, Califórnia e Illinois. Os sindicatos locais de motoristas de caminhão (conhecidos como Teamsters) também estão montando linhas de piquete primárias em centenas de Centros de Abastecimento da Amazon em todo o país. Trabalhadores e trabalhadoras dos depósitos e motoristas da Amazon sem acordos de negociação coletiva têm o direito legal de honrar os piquetes, cruzando os braços e retendo seus trabalhos.
“O que estamos fazendo é histórico. Estamos lutando contra uma campanha cruel de destruição de sindicatos e vamos vencer”, disse Leah Pensler, uma funcionária de depósito na DCK6 em São Francisco.
A Amazon é a segunda maior corporação na lista Fortune 500. Apesar de valer mais de US$ 2 trilhões (aproximadamente R$ 13 trilhões), a empresa não paga suas funcionárias e funcionários o suficiente para que eles possam sobreviver.
“Se a sua entrega atrasar durante o natal e o ano novo, você pode culpar a ganância insaciável da Amazon. Demos à Amazon um prazo claro para vir à mesa e fazer o certo por nossos membros. Eles nos ignoraram. Esses executivos gananciosos tiveram todas as chances de mostrar decência e respeito pelas pessoas que tornam seus lucros obscenos possíveis. Em vez disso, eles levaram os trabalhadores ao limite e agora estão pagando o preço. Esta greve é deles”, disse o presidente geral dos Teamsters, Sean M. O’Brien.
Esse limite é sentido nos corpos dos trabalhadores e das trabalhadoras. Funcionários que trabalham nos grandes depósitos da Amazon têm uma chance duas vezes maior de se machucar no trabalho do que outros trabalhadores de depósito. As condições não são melhores para os motoristas de entrega, Gabriel Irizarry, um motorista da DIL7 em Skokie, Illinois, explicou: “A Amazon é uma das maiores e mais ricas corporações do mundo... Eles falam muito sobre cuidar de seus trabalhadores, mas, quando se trata disso, a Amazon não nos respeita e nem ao nosso direito de negociar melhores condições de trabalho e salários. Não temos nem condições de pagar nossas contas.”
As greves nos EUA e na Alemanha antes do período das festas de fim de ano acontecem logo após um dia global de greves e protestos para fazer a Amazon pagar (Make Amazon Pay) na Black Friday deste ano.
O movimento para unir trabalhadores, trabalhadoras, cidadãos e cidadãs através das fronteiras para fazer a Amazon pagar vem aumentando. Ataques continuados vindo das empresas e das polícias subordinadas às grandes corporações apenas fortalecem a determinação de trabalhadores e trabalhadoras da Amazon e de aliadxs ao redor do mundo.
Uma nova investigação do Movimento da Juventude Palestina e da Internacional Progressista revelou que a fim de contrabandear munição para Israel através de seus portos, o Departamento de Defesa dos Estados Unidos desafiou a lei espanhola—e agora vem ameaçando sancionar a Espanha por agir contra a sua própria violação do direito internacional.
Os EUA usaram a base militar em Rota, Espanha, para transportar armas para Israel enquanto o morticínio em Gaza continua. Em novembro, o MV Sagamore transportou armas para Israel via Rota, apesar do anúncio do governo espanhol sobre a suspensão de carregamento de armas.
As investigações mais recentes foram cobertas na imprensa espanhola pelo El Diario e nos EUA pelo The Intercept.
Em resposta, o grupo ativista Eko começou uma campanha de envio de cartas às autoridades espanholas para agradecer às lideranças da Espanha por sua ação de interrupção de remessas de armas e para instá-lxs a aprofundar seu compromisso com a justiça implementando um protocolo de inspeção e imposição de um embargo militar abrangente.
Você pode se juntar à campanha e escrever para as autoridades espanholas clicando no link.
Uma nova investigação da Stop Fuelling Genocide, apoiada pela Internacional Progressista, revelou que os envios de petróleo da Turquia para Israel são rotineiros. As descobertas seguem evidências reveladas ainda no mês passado de que o petroleiro Seavigour transportou petróleo bruto do porto de Ceyhan, na Turquia, para um oleoduto perto de Ashkelon, em Israel.
O porto é a última parada do oleoduto Baku-Tbilisi-Ceyhan (BTC) de propriedade da BP (British Petroleum), que transporta petróleo bruto azeri do Azerbaijão. O petróleo é então enviado do Terminal Heydar Aliyev em Ceyhan para Israel, respondendo por quase 30 por cento de suas importações de petróleo bruto.
Desde então, o grupo envolvido nas investigações conseguiram rastrear 10 viagens feitas no ano passado pelo petroleiro Kimolos entre Ceyhan e Ashkelon, com oito delas ocorrendo depois que a Turquia anunciou seu embargo em maio. Apesar do navio ter desligado seu sinal de rastreamento por vários dias no Mediterrâneo Oriental para mascarar sua rota, os pesquisadores conseguiram identificá-lo como atracado em Israel 10 vezes usando imagens de satélite.
A pesquisa mais recente foi coberta pelo Middle East Eye e pela imprensa turca por Duvar em inglês e em turco.
No mês passado, trabalhadores portuários no porto de Tânger se recusaram a trabalhar em um navio da Maersk transportando armas com destino a Israel. Em retaliação, as autoridades marroquinas condenaram o ativista Ismail Lghazaoui a um ano de prisão por apoiar os trabalhadores portuários e desafiar a colaboração marroquina com os perpetradores do genocídio.
Um novo relatório do SOMO, o centro de pesquisa sobre corporações multinacionais, identificou os EUA, o Brasil e o Azerbaijão entre os maiores fornecedores de petróleo bruto para Israel no último ano. O documento examina como o comércio exterior e o investimento no setor de energia de Israel podem contribuir para graves violações do direito internacional perpetradas por Israel no Território Palestino Ocupado, incluindo Gaza. O relatório considera as obrigações dos estados e as responsabilidades das empresas envolvidas no fornecimento de energia para Israel.
Acesso ao texto está disponível aqui.
Estamos felizes em anunciar que o Calendário do Internacionalismo de 2025 da Internacional Progressista já está no ar.
Os anais da história estão cheios de histórias das vidas de reis e rainhas, senhores e senhoras, colonos e colonizadores. Suas estátuas figuram em praças e cidades. Suas biografias dominam estantes de livros. Seus legados assombram museus. Mas a história não pertence à classe dominante. Ela pertence aos trabalhadores e povos, lutas e movimentos de massa.
A cada ano, trabalhamos para desenterrar a história dessas lutas em nossas redes sociais—e, a cada ano, levamos isso para suas casas com o nosso Calendário do Internacionalismo, que agora está disponível para compra e para download gratuito em PDF.